IBGE: acesso a esgotamento adequado melhora, mas 1 em cada 4 ainda são excluídos

Dados do Censo 2022 mostram que 75,7% dos brasileiros vivem em domicílios atendidos por rede coletora ou fossa séptica, considerados adequados pelo Plansab

Publicado em 27 fev 2024

Escrito por Equipe IAS

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Os números de acesso da população brasileira ao saneamento básico melhoraram na última década, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (23)

Pelos dados do Censo 2022, 75,7% dos brasileiros vivem em domicílios com atendimento considerado adequado (esgotamento por rede coletora ou fossa séptica), em comparação com 64,5% de acordo com o censo de 2010. Ainda assim, o dado significa que 1 em cada 4 pessoas no país não usufruem de esgotamento sanitário inadequado. 

Entre a população com acesso a esgotamento adequado, 62,5% habitavam domicílios conectados à rede de coleta em 2022 e 13,2% contavam com fossa séptica ou fossa-filtro como solução individual. Essas modalidades são consideradas adequadas pelo Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico).

Esgoto a céu aberto em comunidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Disparidades de raça e região

Entretanto, o acesso a esse serviço, considerado um direito humano fundamental pela ONU, permanece marcado pela desigualdade que atravessa tantos aspectos socioeconômicos do país.

Enquanto brancos com acesso ao esgotamento adequado totalizam 83,5%, pretos que podem usufruir dessa qualidade de serviço são 75% e pardos, 68,9%. No caso de indígenas, o número despenca para 29,9%. 

Os dados do Censo 2022 também expõem a enorme disparidade regional do acesso a esgotamento adequado. Enquanto em São Paulo 99% da população pode contar com serviços de esgoto adequados, apenas 39,4% dos habitantes de Rondônia estavam nessa situação. 

De acordo com o levantamento do IBGE, 3.505 municípios do país registravam menos da metade da população morando em domicílios com coleta de esgoto. Em 2.386 municípios menos da metade dos habitantes viviam em moradias com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica.

O acesso a banheiro exclusivo é prerrogativa de 97,8% da população do país, segundo o IBGE. Banheiros compartilhados por mais de um domicílio fazem parte do cotidiano de 0,5% dos brasileiros. Moradias sem banheiros, sanitários ou buracos para necessidades são habitados por 0,6% da população.

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