Notícias Brasil melhorou indicadores de água ‘segura’, mas pouco avançou em esgotamento sanitário

Brasil melhorou indicadores de água ‘segura’, mas pouco avançou em esgotamento sanitário

04 set 2025

Dados de estudo conjunto da OMS e Unicef mostram evolução de indicadores entre 2015 e 2024 de países de todo o mundo

04 set 2025

Esgoto a céu aberto em comunidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Esgoto a céu aberto em comunidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Entre 2015 e 2024, o Brasil melhorou em indicadores relacionados a atendimento e qualidade do abastecimento de água. No entanto, quando se fala em esgotamento sanitário ainda há muito que avançar. 

As duas tendências aparecem no novo relatório “Progresso no Abastecimento de Água Potável e Saneamento Domiciliar 2000–2024: foco especial em desigualdades”, publicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

O estudo analisa a evolução de indicadores de água, esgotamento sanitário e higiene em todo o mundo. Os dados do relatório estão disponíveis em maior detalhes na ferramenta Washdata.org, esforço conjunto das duas agências da ONU.

Em relação à água, a pesquisa traz a classificação do recurso segundo cinco níveis:

  • seguro (água potável no local, livre de contaminação fecal ou química)
  • básico (acesso a fonte adequada em menos de 30 minutos)
  • limitado (fonte adequada, mas com espera mais longa)
  • não adequado (poço ou fonte sem proteção)
  • água superficial (rios, lagoas e canais).

De acordo com o levantamento, a cobertura de água potável gerida de forma segura no mundo subiu de 68% para 74% entre 2015 e 2024. Ainda assim, 2,1 bilhões de pessoas (uma em cada quatro) ainda não têm acesso à água nessas condições. 

No Brasil, o acesso à água potável segura subiu de 49,91% em 2015 para 60,46% em 2024, quando se olha para as áreas rurais. Nas áreas urbanas, houve pouca mudança nos indicadores: 83,02% (2015) para 83,48% (2024). 

Em relação ao esgotamento sanitário, a OMS/Unicef também estabelece cinco níveis:

  • Gerenciado de forma segura (banheiros privativos onde resíduos humanos são descartados de forma segura no local ou removidos e tratados em outro local)
  • Básico (banheiros privativos)
  • Limitado (banheiros compartilhados)
  • Rudimentar (buraco para dejeções, fossas abertas ou valas)
  • Defecação aberta (fezes humanas descartadas em áreas de vegetação, corpos d’água, praias ou outras áreas abertas, ou junto com resíduos sólidos)

O Brasil apresentou melhorias no quesito esgotamento sanitário seguro entre 2015 e 2024, porém esse tipo de facilidade ainda está fora do alcance de dezenas de milhões de pessoas da população.

No caso das áreas rurais, o acesso a instalações seguras subiu de 35,68% em 2015 para 48,50% em 2024. Já no contexto urbano, ele foi de 59,44% (2015) para 65,83% (2024).

O estudo aponta que o Brasil faz parte de um grupo de países que eliminou a defecação em locais abertos na zona rural durante o período analisado, ao lado de Marrocos e Nepal. São países onde em 2015 mais de 10% da população se valia dessa prática e, atualmente, menos de 1% precisa recorrer a ela. Atualmente, são 91 os países que praticamente erradicaram a defecação aberta em suas áreas rurais, contra 72 em 2015. 

Os dados do Brasil utilizados no estudo vêm de fontes como Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), Snis (Sistema Nacional sobre Informações de Saneamento) e Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano). 

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