Relatório da ANA ressalta efeitos de eventos climáticos extremos no país

Segundo publicação Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2023, mais de 1,5 milhão foram afetados por cheias no Brasil em 2022

Publicado em 06 fev 2024

Escrito por Equipe IAS

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Enchente em Encantado, Rio Grande do Sul, em outubro de 2023 (Marinha do Brasil/RS)
Enchente em Encantado, Rio Grande do Sul, em outubro de 2023 (Marinha do Brasil/RS)

Publicação fundamental para o acompanhamento da situação dos recursos hídricos no Brasil, a última versão do relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2023 – Informe foi publicada na última sexta-feira (2) pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). 

A ação integra a Jornada da Água 2024, lançada pela ANA em 31 de janeiro, e que prevê atividades, campanhas e eventos durante todo o ano relacionados ao tema escolhido pela agência para o Dia Mundial da Água neste ano: “A Água nos Une, o Clima nos Move”.

Cobrindo aspectos como usos, gestão e segurança hídrica, entre outros, o documento traz um conjunto de indicadores e estatísticas sobre a água que contemplam a diversidade do território brasileiro. Entre as informações estão indicadores e estatísticas relacionadas à quantidade e qualidade da água, além da utilização em diferentes atividades econômicas e regiões do país. Na nova edição são levados em conta dados principalmente de 2022 e acontecimentos relevantes para o setor em 2023.

De acordo com o relatório, estima-se que 2.035,2 metros cúbicos por segundo de água (equivalente a 64,18 trilhões de litros no ano) foram retirados no Brasil. Os principais usos de água no país, totalizando cerca de 84% do volume de água retirada, foram a irrigação (50,5%), o abastecimento urbano (23,9%) e a indústria (9,4%). 

Ainda segundo a publicação, mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas por cheias (alagamentos, enxurradas e inundações) no Brasil em 2022. Por outro lado, cerca de 7 milhões de pessoas foram afetadas por secas e estiagens. Quase metade delas vive no Nordeste, que registrou 45% das ocorrências.

Infográfico sobre segurança hídrica do relatório da ANA (Reprodução)

A intensificação de eventos climáticos extremos mais os fenômenos La Niña e El Niño acarretaram em chuvas fora do normal no Sul e em seca no Norte e Nordeste durante o ano de 2023, registra o Conjuntura. O relatório pontua que o Brasil teria recebido um volume de chuva equivalente a 15,04 trilhões de metros cúbicos em 2021. 

Apesar da influência decisiva do clima, o relatório aponta que “a variabilidade das vazões nos rios nem sempre acompanha o comportamento das chuvas, demonstrando que outros fatores além da questão climática, como os associados aos usos da água, operação de infraestruturas, uso e ocupação do solo, dentre outros, impactam de maneira significativa a disponibilidade hídrica”.

Em complemento às informações do relatório, IAS lembra que na ferramenta Municípios e Saneamento, disponível em nosso site, é possível buscar dados sobre população sem água, população sem esgoto e domicílios sujeitos a inundações de milhares de municípios brasileiros.