Relatório da ONG Mandí analisou Belém (PA), Manaus (AM) e Macapá (AP), as capitais amazônicas com os piores índices de saneamento básico
17 jun 2025

Belém (PA), Manaus (AM) e Macapá (AP), as capitais amazônicas com os piores índices de saneamento básico, foram analisadas pela ONG Mandí para o relatório “Água, Saneamento e Clima: estratégias para outros futuros nas cidades amazônicas”, sobre estratégias de adaptação climática em cidades da região.
Segundo a organização, mesmo cidades brasileiras com transporte, saneamento e telecomunicações, a infraestrutura está despreparada para o desafio das mudanças climáticas e dos consequentes eventos extremos.
“A situação é ainda pior em áreas com pouca ou nenhuma infraestrutura, ocupadas majoritariamente por mulheres negras e chefes de família, população indígena e boa parte da população mais pobre, um cenário comum em muitas cidades da Amazônia”, afirma o documento.
São áreas urbanas com baixa cobertura dos serviços básicos de saneamento — abastecimento de água, drenagem de águas pluviais, sistemas de esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos.
Além do fato de apresentarem os piores índices, as cidades foram selecionadas por disponibilizarem dados públicos, por terem um contexto onde dinâmicas políticas e econômicas estão interligadas e pela forte relação com os sistemas de rios da Amazônia e com a influência do Rio Amazonas e/ou do Oceano Atlântico e seus estuários.
O estudo traz dados demográficos das três cidades e diversos indicadores de saneamento, incluindo a porcentagem de domicílios em áreas de risco de inundação: 51% para Belém, 26,9% para Macapá e 7% para Manaus.
A Mandí conclui o estudo com estratégias de preparação divididas em quatro eixos: infraestrutura (obras e melhorias físicas), governança (melhor organização e decisões), informacional (troca de informações e dados) e social (engajamento da população).
“É preciso pensar para além dos pilares modernos e às vezes tradicionais, já postos, da arquitetura e engenharia, criando soluções que considerem uma convivência mais equilibrada entre os espaços urbanizados e a natureza da Amazônia”, defende a publicação.
A ONG defende métodos, diagnósticos e propostas de adaptação que priorizem melhorar o saneamento e reduzam as vulnerabilidades, especialmente no Sul Global, onde a desigualdade é um dos maiores problemas.
O trabalho da Mandí se alinha com o relatório “Adaptação e Saneamento – Por um setor resiliente às mudanças climáticas”, lançado pelo IAS em fevereiro de 2025. O documento do Instituto apresenta medidas chave de adaptação para o saneamento, desde as bases jurídicas e institucionais necessárias até ações prioritárias para casos de secas, enchentes, alagamentos e eventos extremos.
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