Projeto leva saneamento a escolas do Marajó; IAS contribuiu com diagnóstico para tecnologias sociais

No arquipélago do Marajó, no Pará, 94% das escolas com até 50 alunos não têm acesso ao abastecimento público de água. Quase 60% não têm tratamento de esgoto adequado e 37,4% não têm banheiro.

O Projeto Saneamento nas Escolas: Piloto – Marajó/PA, coordenado pela Habitat para a Humanidade Brasil, foi criado para enfrentar os enormes desafios de saneamento básico desse território. Seu objetivo é a melhoria das condições sanitárias, impactando positivamente na saúde e no aprendizado.

O IAS entrou como parceiro na primeira etapa do projeto, que acabou de ser concluída. Por meio de sua equipe técnica, a contribuição do IAS foi apoiar o planejamento e a execução das atividades técnicas de diagnóstico e realizar a análise de dados.  

O diagnóstico propositivo integrado teve como foco a infraestrutura das escolas e a indicação de soluções de saneamento adequadas à situação encontrada. Essa análise também procurou compreender aspectos relevantes e institucionais da comunidade escolar. 

Para isso, a equipe técnica do IAS analisou tanto os dados físicos das escolas, quanto identificou desafios e oportunidades relacionados aos aspectos institucionais, a partir de entrevistas com gestores públicos das Secretarias de Educação e Saúde, e aos aspectos sociais, a partir de oficinas de diagnóstico realizadas com os gestores escolares do Marajó. Desta forma, foi possível compreender a realidade local e indicar as soluções de saneamento básico mais adequadas aos territórios e às escolas inseridas no projeto.

Além do diagnóstico integrado propositivo, foi lançada também a Plataforma SNE Marajó. Concebida pelo IAS, o objetivo deste desenvolvimento foi divulgar os dados do diagnóstico e criar um espaço interativo de acesso dos dados. A plataforma pretende servir às atualizações e monitoramento ao longo do desenvolvimento das outras etapas do projeto. 

“O território do Marajó é diverso e extremamente vulnerável, sujeito a intempéries ambientais. Nos 16 municípios inseridos no diagnóstico encontramos a ausência de diversos direitos humanos, incluindo o saneamento básico”, afirmou Mariana Clauzet, Redes e Parcerias do IAS. A falta de água potável dentro das escolas acarreta, por exemplo, em uma merenda escolar inadequada e a ausência de banheiro afeta as meninas em idade menstrual. Vimos muitas escolas sem a infraestrutura de saneamento necessária para o pleno desenvolvimento escolar. Diante do cenário, o projeto vem para trazer dignidade para a comunidade escolar do Marajó, superando os enormes desafios, inclusive logísticos impostos pelo território”.

Além do IAS, outras três organizações atuaram como parceiras da iniciativa: Cáritas Brasileira Regional Norte II, Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará – MALUNGU e Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE. O Projeto Saneamento nas Escolas é uma Seleção Pública n 21/2022 do BNDES Fundo Socioambiental. 

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