IAS Recomenda: estudo do Instituto Pólis aborda efeitos do racismo ambiental

Publicado em 09 set 2022

Escrito por Equipe IAS

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Enchentes, deslizamentos, falta de energia, de água, de saneamento e insegurança alimentar. Esses são alguns efeitos do racismo ambiental e da injustiça socioambiental abordados com profundidade em estudo publicado pelo Instituto Pólis. 

O texto aponta a necessidade de “olhar para as vulnerabilidades ambientais nas cidades brasileiras, considerando outros marcadores sociais da desigualdade, como raça, gênero e classe”. Além de análise, o estudo apresenta mapas e dados que comprovam a vulnerabilidade urbana e os efeitos do racismo ambiental sobre famílias de baixa renda – sobretudo chefiadas por mulheres – populações pretas e pardas nas cidades de Belém (PA), Recife (PE) e São Paulo (SP). A pesquisa aponta que os padrões observados se repetem em todo território brasileiro.

O estudo também detalha os impactos do racismo ambiental no ambiente urbano e na saúde coletiva, como a distribuição desigual dos serviços de saneamento no país. Resgata, por exemplo, a epidemia da Síndrome Congênita do Zika, que tornou-se emergência internacional. O estado de Pernambuco foi considerado foco de transmissão e notificação da doença no Brasil. A capital, Recife, teve o maior número de casos confirmados no estado.

Ainda segundo o relatório, 75% das pessoas que moram em áreas de risco de Belém são negras. Em Recife, em regiões com risco de inundação, o contingente de pessoas negras é 59%, e chega a 68% onde há risco de deslizamento. Em São Paulo, 55% das pessoas que vivem em regiões de risco são negras.

Leia o estudo completo no site: https://polis.org.br/estudos/racismo-ambiental/

Com base no relatório do Instituto Pólis, a Agência Pública publicou a reportagem Mães de baixa renda e chefes de família são mais afetadas por desastres ambientais. O texto traz o relato de três mulheres ativistas e moradoras das cidades abordadas na pesquisa: Belém, Recife e São Paulo.